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Documento Eletrónico | Biblioteca NMS|FCM online | RUN | http://hdl.handle.net/10362/105503 | Available | 20210069 |
ABSTRACT: Obsessive-compulsive disorder (OCD) is a common, chronic and disabling neuropsychiatric condition for which current treatments are ineffective in a large proportion of cases. The gold-standard instrument to assess the severity of OCD symptoms is the Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS), which was recently revised (Y-BOCS-II). However, its construct validity has been reported has moderate and its criterion-related validity for the diagnosis of OCD has never been tested. In the first chapter of this dissertation, I tested, for the first time, criterion-related validity of the Y-BOCS-II and demonstrated that a cut-off of 13 (total score) attains the best balance between sensitivity and specificity for the diagnosis of OCD. However, I confirmed that its divergent validity is far from excellent. This last finding led me to search for other potential markers of OCD. Several abnormalities have been demonstrated in OCD patients in studies using neuropsychological and neuroimaging approaches, but we still lack a consistent marker for the disorder which is able to discriminate patients with OCD from healthy subjects or from patients with other mental disorders, which is sensitive to treatmentinduced changes, and which can be mapped to brain circuits or function. An approach which has been followed over the last decade is considering OCD as a disorder of action learning systems of the brain. Sequential decision tasks have recently emerged as an influential and sophisticated tool to investigate action learning in humans through the reinforcement learning (RL) framework. According to the RL framework, actions can be learned in two different ways: model-based control works by learning a model of the dynamics of the environment and later using that model to plan future behavioral trajectories, while model-free control works by storing the estimated value of recently taken actions and updating these estimates by trial-and-error. Sequential decision tasks have been used to assess associations between dysfunction in RL control systems and certain behavioral disorders, such as OCD, where an unbalance between model-based and model-free RL has been hypothesized. In fact, using the most commonly applied sequential decision task, the two-step task, evidence has been produced suggesting that OCD patients have a deficit in model-based learning. However, in this specific paradigm, subjects typically receive detailed information about task structure prior to performing the task. Thus, it remains unclear how different RL systems contribute when subjects learn exclusively from experience, and how explicit information about task structure modifies RL strategy. To address these questions, I created a sequential decision task requiring minimal prior instruction, the reduced two-step task. I assessed performance both prior to and after delivering explicit information on task structure, in healthy volunteers, patients with OCD and patients with other mood and anxiety disorders. Initially model-free control dominated, with model-based control emerging only in a minority of subjects after significant task experience, and not at all in patients with OCD, who had instead a tendency to increase their use of model-free control. Once explicit information about task structure was provided, a dramatic increase in the use of model-based RL was observed,similarly across healthy volunteers and both patient groups, including OCD. The debriefing also significantly decreased the use of model-free RL in healthy volunteers and in patients with mood and anxiety disorders, but not in OCD patients. Additionally, after instructions, model-free action value updates were influenced more by state values and less by trial outcomes, in all groups, and subject choices became more perseverative in healthy subjects, consistent with changes in exploration strategy. These results help in clarifying the RL profile for patients with OCD, with unspecific findings of deficient model-based control, and more specific findings of enhanced model-free control, in both cases prior to information about task structure. Finally, as the literature is not yet consensual on how model-free and modelbased RL systems interact in human brain circuits, I developed a functional magnetic resonance imaging (fMRI) protocol to assess uninstructed and instructed sequential action choice. Preliminary results in healthy subjects suggest that the fMRI version of the reduced two-step task allows to separate predominantly model-free control (before instructions) from predominantly model-based control (after instructions), in the same subject, task structure and environment. Across all sessions, choice events were associated with increases blood-oxygen-level-dependent (BOLD) activity in the left precentral gyrus and reward events were associated with increased BOLD activity in the ventral striatum. I found that explicit knowledge about task structure modifies blood-oxygen-level-dependent (BOLD) activity in the paracingulate cortex (medial prefrontal cortex) during the transition from the first- to the second-step of the task. Future directions include using multivariate pattern analysis techniques to explore how the brain represents state space in sequential decision tasks and applying the current fMRI protocol in clinical populations.
RESUMO: A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) é uma doença neuropsiquiátrica comum, grave e incapacitante, para a qual os tratamentos actuais são ineficazes num grande número de casos. O instrumento mais utilizado para avaliar a gravidade de sintomas obsessivo-compulsivos é a Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (YBOCS), que foi recentemente revista (Y-BOCS-II). No entanto, a sua validade de construto (tanto divergente como convergente) tem sido reportada como moderada e a sua validade de critério para diagnóstico de POC nunca foi testada. No primeiro capítulo desta tese testei, pela primeira vez, a validade de critério da Y-BOCS-II e demonstrei que um ponto de corte de 13 (pontuação total) atinge o melhor balanço entre sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de POC. No entanto, confirmei que a sua validade divergente está longe de ser excelente. Este último achado levoume a procurar outros potenciais marcadores de POC. Têm sido demonstradas várias anomalias em doentes com POC utilizando tarefas neuropsicológicas ou técnicas de neuroimagem. Contudo, não existe ainda um marcador consistente para esta perturbação, que seja capaz de discriminar eficazmente pacientes que sofrem de POC, que seja sensível à mudança após intervenções terapêuticas e para o qual seja possível estabelecer uma correspondência com circuitos ou função cerebral. Uma abordagem que tem sido seguida nos últimos anos considera a POC como sendo caracterizada por uma disfunção nos sistemas cerebrais responsáveis pela aprendizagem de acções. As tarefas de decisão sequencial emergiram recentemente como um instrumento importante e sofisticado para estudar a aprendizagem de acções em humanos através da abordagem de reinforcement learning (RL). De acordo com a teoria subjacente ao RL, as acções podem ser aprendidas de duas formas distintas: um sistema modelbased funciona através da construção de um modelo interno das dinâmicas do ambiente e utiliza esse modelo para planear trajectórias comportamentais futuras, por oposição a um sistema model-free, que funciona armazenando o valor estimado das acções que foram implementadas recentemente e actualizando essas estimativas por tentativa e erro. As chamadas tarefas de decisão sequencial têm vindo a ser utilizadas para estabelecer associações entre disfunção de sistemas cerebrais de RL e algumas perturbações neuropsiquiátricas, como a POC, sendo que um desequilíbrio entre os sistemas model-based e model-free tem sido descrito. Através da aplicação de uma dessas tarefas de decisão sequencial, a two-step task, existe evidência que sugere que os doentes com POC têm um défice no sistema model-based. No entanto, neste paradigma em particular, antes de desempenhar esta tarefa os indivíduos recebem informação detalhada sobre a estrutura da mesma. Assim, não é claro como os dois principais sistemas de RL interagem quando os indivíduos aprendem exclusivamente através de interacção com o ambiente e como a informação explícita afecta as estratégias de RL. No segundo capítulo desta tese, desenvolvi uma nova tarefa de decisões sequenciais que permite não só quantificar o uso de estratégias modelbased RL e model-free RL, mas também diferenciar entre o impacto do conhecimento explícito da estrutura da tarefa e o impacto da experiência na mesma. Os resultados da aplicação da tarefa em indivíduos saudáveis demonstram que inicialmente a escolha de acções é controlada por aprendizagem model-free, com a aprendizagem model-based emergindo apenas numa minoria de indivíduos depois de experiência significativa com a tarefa, não emergindo de todo em indivíduos com POC, que por sua vez mostraram tendência para aumentar o uso de model-free RL com a experiência. Quando foi dada informação explícita sobre a estrutura da tarefa, observou-se um aumento dramático do uso de aprendizagem model-based, tanto nos voluntários saudáveis como em ambos os grupos clínicos. A informação explícita diminuiu o uso do sistema de aprendizagem model-free nos voluntários saudáveis e nos pacientes com perturbação do humor e ansiedade, mas essa diminuição não foi estatisticamente significativa no grupo de doentes com POC. Para além disso, depois das instruções, verificou-se em todos os grupos que a actualização do valor das acções aprendidas através do sistema model-free passou a ser mais influenciada pelo valor dos estados atingidos e menos influenciada pela consequência dos ensaios. Outro efeito da informação explícita sobre a estrutura da tarefa nos indivíduos saudáveis foi tornar as escolhas mais perseverantes, o que é consistente com uma modificação da estratégia de exploração. Estes resultados ajudam a clarificar o perfil de utilização de estratégias de RL dos pacientes com POC, que apresentam défice inespecíficos de aprendizagem model-based e achados mais específicos de maior uso de aprendizagem model-free, em ambos os casos antes de obterem informação sobrea estrutura da tarefa. Por fim, como a literatura ainda não é consensual sobre a interação entre um eventual sistema de model-based RL e um sistema de model-free RL nos circuitos cerebrais em humanos, devenvolvi um protocolo de ressonância magnética funcional para avaliar a escolha de ação sequencial com e sem instruções. Os resultados preliminares, em indivíduos saudáveis, sugerem que a reduced two-step task permite separar comportamento que utiliza aprendizagem predominantemente model-free (antes das instruções) de comportamento que utiliza aprendizagem predominantemente model-based (após as instruções), no mesmo indivíduo, estrutura da tarefa e ambiente. A análise dos dados de imagem funcional sugere que o conhecimento explícito sobre a estrutura da tarefa modifica a atividade neuronal no córtex paracingulado (cortex prefrontal medial) durante a transição do primeiro para o segundo passo da tarefa. Objectivos futuros incluem o uso de técnicas de análise multivariada para explorar a representação cerebral dos estados da tarefa e a aplicação deste protocolo de ressonância magnética funcional em populações clínicas.
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