Dissertação de Mestrado Nutrição Humana e Metabolismo 2023 Faculdade de Ciências Médicas, Universidade NOVA de Lisboa

Abstract Chemical elements have an important role in the human body's function. However, homeostasis dysregulation – deficiency or excess – might have adverse health effects. Although they occur naturally, the presence of trace elements, namely toxic trace elements, has increased dramatically in the last decades due to environmental pollution and human activities, such as industry. Furthermore, as they are not degradable, they persist in the environment. These chemical elements have received much attention due to their potential risks to both living beings and the environment. Because of this presence in the soils and water, food has also been contaminated with toxic elements, exposing people to them and their potential health effects, something that is even more concerning during the developing phases of life. Using data from the Iogeneration project cohort, this study aims to explore the effects of multiple-element exposure, both of essential and toxic trace elements, in a population of school-aged children by evaluating their exposure and its relationship with food intake and health outcomes. This study enabled a better understanding of trace element exposure, mostly to the toxic trace elements, in school-aged Portuguese population. Age and sex are statistically related to the concentration of some trace elements in urine. Some toxic elements were above previously reported 95th percentile values, from children from other populations. Arsenic 95th percentile value was higher when compared to other populations. Statistical significance between the consumption of fish, fatty and lean fish, molluscs and bread and some toxic elements, such as arsenic, mercury and lead were found. This may highlight the importance of implementing public health strategies that promote nutrition literacy regarding dietary sources of toxic trace elements, which we believe will lead to better health outcomes.

Resumo Os elementos químicos têm um papel importante no funcionamento do corpo humano. No entanto, a desregulação da homeostase – deficiência ou excesso – pode ter efeitos adversos na saúde. Embora ocorram naturalmente, a presença de oligoelementos, nomeadamente oligoelementos tóxicos, aumentou dramaticamente nas últimas décadas devido à poluição ambiental e às atividades humanas, como a indústria. Além disso, como não são degradáveis, persistem no meio ambiente. A importância destes oligoelementos tem vindo a aumentar, devido aos seus potenciais riscos, quer para a vida humana quer para o ambiente. Devido a esta presença nos solos e na água, os alimentos também têm sido contaminados com elementos tóxicos, expondo as pessoas aos seus potenciais efeitos, algo que é ainda mais preocupante durante as fases de desenvolvimento da vida. Usando dados da coorte do Iogeneration, este estudo visa explorar os efeitos da exposição a múltiplos elementos, tanto de elementos essenciais quanto potencialmente tóxicos, numa população de crianças em idade escolar, avaliando sua exposição e sua relação com a ingestão de alimentos. Este estudo permitiu uma melhor compreensão da exposição aos oligoelementos, principalmente aos oligoelementos tóxicos, na população portuguesa em idade escolar. A idade e o sexo estão estatisticamente relacionados com a concentração de oligoelementos na urina. Alguns elementos tóxicos apresentaram valores acima dos valores do percentil 95 de crianças de outras populações. O percentil 95 do arsénio foi particularmente alto. Encontrou-se significância estatística entre o consumo de peixes, peixes gordos e magros, moluscos e pão com elementos tóxicos, nomeadamente o arsénio, mercúrio e chumbo. Estes resultados, destacam a importância da implementação de estratégias de saúde pública que promovam a literacia em relação às fontes dietéticas de oligoelementos tóxicos, que acreditamos levarão a melhores resultados de saúde